Cultura é tudo o que nos resta quando nada mais nos resta.
A palavra cultura, que deriva do latim “colere”, significa cultivar e cuidar. Em um mundo em constante transformação, a cultura se torna um pilar fundamental, permitindo que os artistas e pensadores cultivem o pensamento crítico e enfrentem os desafios emergentes da contemporaneidade. A arte, nesse contexto, não é apenas uma forma de expressão, mas uma poderosa ferramenta de interpretação e visualização do sistema em que vivemos, funcionando como um ato de resistência e resiliência em tempos de incerteza e perda de referenciais humanos.
TERRITÓRIOS CONFLUENTES não é apenas uma exposição; é uma ode à pluralidade e à resistência, um espaço onde a arte se torna um veículo de transformação e diálogo. A proposta de explorar a hipótese de Sapir-Whorf — que sugere que a estrutura de uma língua molda a percepção e o pensamento de seus falantes — convida os visitantes a refletirem sobre como a linguagem pode influenciar a maneira como categorizamos o mundo, abrindo caminho para novas perspectivas.
Os 9 artistas presentes de três gerações distintas e em diferentes fases de carreira, operam de forma transnacional em diversos países, oferecem uma seleção de vídeos que não apenas refletem a complexidade do mundo contemporâneo, mas também promovem um espaço de diálogo e intercâmbio cultural. As suas obras que combinam urgência narrativa, profundidade humana e compromisso são um convite para reconsiderar nossas perspectivas, construir pontes em vez de fronteiras e dar espaço a narrativas capazes de gerar empatia, conscientização e quem sabe até mudança.
Não podemos considerar normal em uma sociedade tecnológica e desenvolvida como a nossa a disparidade social, o aniquilamento do meio ambiente, a violência disseminada ou as guerras. Não podemos reduzir a existência a um alvo de lucro estilo empresarial que está conduzindo a humanidade a um abismo.
Ao unir vozes e experiências variadas, TERRITÓRIOS CONFLUENTES se estabelece como um espaço vital para a reflexão e percepção que estamos todos unidos e interligados. Unidos também por uma interrogação: não sabemos de onde viemos nem para onde vamos. E neste intervalo de tempo que chamamos de vida, inventamos muitas coisas para esquecer nossa finitude. A arte nos explica. A arte questiona nosso status quo. A arte nos ajuda a compreender o mundo.
OBRAS VÍDEOS:
César Meneghetti (BR/IT)
Obra: As Terras de Ninguém
Vídeo: 16:9 | cor | som | 7’ | 2010
Christina Elias (BR)
Obra: Carmen
Vídeo-performance: 16:9 | cor | som | 8’53” | 2020
Coletivo Bijari (BR)
Obra: A Cura
Vídeo: 16:9 | cor | som | 10’30” | 2021
Lucas Bambozzi (BR)
Obra: Solastalgia
Vídeo: 16:9 | cor | som | 12’45” | 2024
Miguel Petchkovsky (AO)
Obra: Antártica Mindscapes
Vídeo: 16:9 | cor | som | 7’ | 2025
Pedro Vaz (MZ/PT)
Obra: Carga e Força (Burden And Strenght)
Vídeo: 16:9 | b | som loop | 3’05’’ | 2020
Pocas Pascoal (AO)
Obra: Sopro (Blow)
Vídeo: 16:9 | cor | som | 9’30” | 2024
Resem Verkron e Gegé M’bakudi (AO)
Obra: A Fome já não é a Guerra
Vídeo: 16:9 | cor | som | 9’30” | 2024