Filme brasileiro é galardoado com melhor longa de ficção e actor, com Chico
Diaz; “Uma Halibur Hamutuk”, coprodução Portugal e Timor-Leste, foi
reconhecido como melhor documentário e o português “Monte Clérigo”, como
melhor curta
Em um ano de grandes filmes, o 14º FESTin – Festival de Cinema Itinerante da
Língua Portuguesa – anuncia os seus vencedores. O Prémio Pessoa de Melhor
longa de ficção foi para “Noites Alienígenas”, do Brasil. O filme de Sérgio de
Carvalho, que apresenta a história de três personagens da periferia de Rio Branco,
no Acre, impactados pela violência urbana, também levou o troféu de melhor actor,
para Chico Diaz. A portuguesa Carolina Torres, de “Barranco do Inferno”, foi
reconhecida como melhor actriz e a brasileira Flávia Neves, de “Fogaréu”, como
melhor realizadora.
Entre os documentários, a coprodução de Timor Leste e Portugal “Uma Halibur
Hamutuk – A casa que nos une” ficou com o Prémio Pessoa. O filme fala de Mana
Lou, da única instituição que ajudou o povo durante o Massacre de Liquiçá.
Reconhecida como mãe da nação, Mana Lou mantém-se firme enquanto mulher
num mundo de homens e de uma Igreja conservadora.
Na categoria curtas, Portugal ficou com o troféu por “Monte Clérigo”, de Luis
Campos, que tem no elenco Gonçalo Almeida, Aayush Kandel, Kelly Bailey, Pedro
Laginha e Paula Lobo Antunes.
“No Festin deste ano, exploramos o tema da diversidade, com uma variedade
espetacular de filmes e de países participantes da lusofonia. Estamos
verdadeiramente felizes. No balanço geral do festival, acho que tudo esteve muito
acima das nossas expectativas”, disse a diretor do FESTin, Léa Teixeira.
VEJA TODOS OS PREMIADOS DO FESTin
Prémio Pessoa Melhor Filme Ficção – “Noites Alienígenas” (Brasil), de Sérgio de
Carvalho
Menção Honrosa: “Fogaréu” (Brasil), de Flávia Neves
Melhor filme do público – “Fogaréu” (Brasil), de Flávia Neves
Prémio Pessoa Melhor Realizador Ficção – Flavia Neves, “Fogaréu” (Brasil)
Prémio Pessoa Melhor Ator Ficção – Chico Diaz, “Noites Alienígenas” (Brasil)
Prémio Pessoa Melhor Actriz – Carolina Torres, “Barranco do Inferno” (Portugal)
Prémio Pessoa Melhor Documentário – “Uma Halibur Hamutuk – A casa que nos
une”, de Ricardo Dias (Timor-Leste/Portugal)
Menção Honrosa: “Kobra Auto-retrato”, de Lina Chamie (Brasil)
Melhor filme do público – “Lupicínio: Confissões de um Sofredor”, Alfredo Manevy
(Brasil)
Prémio Pessoa Melhor Curta – “Monte Clérigo”, de Luís Campos(Portugal)
Menção Honrosa: “Caiçara”, de Oskar Metsavaht (Brasil)
Melhor filme do público – “Flor de Laranjeira”, Rúben Sevivas (Portugal)
SOBRE O FESTin
Na sua 14ª edição, o FESTin intensificou ainda mais a importância da partilha
cultural e criativa no cinema feito em português. Centrando-se em questões
inerentes, que abrangem os mecanismos imprescindíveis para a coprodução, os
programas de apoio à distribuição internacional de filmes, mas também em todo o
conjunto de ações de promoção das cinematografias na nossa língua.
Esta iniciativa intenta fomentar a difusão, a interculturalidade, a inclusão social e o
intercâmbio entre os cidadãos dos nove países da CPLP, respeitando e promovendo
a diversidade e as diferenças culturais de cada país.
O carácter itinerante do Festival, ao longo dos 14 anos, tem deixado uma marca
positiva e notória, não apenas nas edições realizadas em Lisboa, mas também nas
suas apresentações em Angola, em São Tomé e Príncipe, em Timor Leste, em Cabo
Verde, na Guiné-Bissau e no Brasil. Os países fora desta comunidade também
testemunham e reconhecem o trabalho de excelência que o FESTin desenvolve no
espaço da CPLP.
A singularidade que reúne a filmografia exibida no decurso do Festival distingue-se
pela dimensão criativa e original das obras apresentadas, na sua maioria,
independente das contingências de uma indústria cinematográfica. Os realizadores
e produtores ao participarem no FESTin têm a possibilidade de partilharem a sua
visão autêntica e diversificada, ligada em vários casos à própria cultura do seu país.
O FESTin, ano após ano, continuará a sua profícua missão em difundir, apoiar e
divulgar o cinema, que tem como legado cultural comum a língua portuguesa (falada
na atualidade por 270 milhões de pessoas), contribuindo para transformar a
comunidade de Estados de língua portuguesa numa comunidade de cidadãos.