Carta de Lisboa – Encerramento do 14º FESTin, realizado no Fórum Lisboa em 7 de julho de 2023

Durante o encerramento do FESTin, os atores Karla Muga e Marcos Frota realizaram a leitura da "Carta de Lisboa", uma proposta de agenda estratégica comum para o fortalecimento da produção audiovisual na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Durante o encerramento do FESTin, os atores Karla Muga e Marcos Frota realizaram a leitura da “Carta de Lisboa”, uma proposta de agenda estratégica comum para o fortalecimento da produção audiovisual na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

A Carta foi o resultado das conexões realizadas entre atores, realizadores e produtores presentes aos encontros promovidos durante esta 14a edição do FESTin.

Lisboa, 7 de Julho de 2023


Nós, artistas, cineastas, produtores e produtoras, realizadores e realizadoras audiovisuais
da comunidade de países lusófonos, aqui reunidos por ocasião da 14 edição do Festival de
cinema Itinerante da Língua Portuguesa, o FESTIN, realizado entre os dias 29 de Junho e 7
de Julho de 2023, estamos vindo à público apresentar uma agenda que consideramos
estratégica para a integração do nosso espaço comum de trocas culturais, artísticas,
diplomáticas e apontamos as ações que consideramos essenciais para maior integração
econômica, social e cultural das atividades audiovisuais e o futuro comum dos nosso povos.
Uma das premissas que nos move é o fortalecimento da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa, a CPLP, de seus objetivos e princípios, e do fortalecimento de sua
institucionalidade, e da valorização da importância da língua portuguesa no mundo. E do
papel da cultura e do audiovisual no desenvolvimento econômico e na redução das
desigualdades.


1- Entendemos como necessário convocar as TVs públicas que são integrantes da CPLP a
incluírem em sua grade de programação conteúdos audiovisuais produzidos de forma
independente nos países de língua portuguesa, retomando e ampliando programas bem
sucedidos como DOC-TV de fomento à produção lusófona, entre outras ações importantes.


2- Articular as políticas de regulação do streaming, em favor dos conteúdos nacionais, com
cotas e proeminência do conteúdo em língua portuguesa, buscando formas de integrar e
circular esse conteúdo entre nossos países, criando assim um mercado comum.


3- Articular redes de salas de cinema e de outras janelas de exibição públicas para garantir
a circulação de obras audiovisuais entre nossos países, criando corredores de distribuição.


4 – Rever, fortalecer a atualizar os acordos de coprodução, ampliando esses mecanismos
para os países da África, incorporando a televisão, e criando editais específicos para
estimular essas parcerias.


5 – Solicitar maior compromisso e apoio de governos e instituições aos eventos e festivais
dedicados à circulação dos conteúdos de países de língua portuguesa, como o FESTIN,
ampliando o alcance e estimulando espaços de debate e de negócios.


6- Articular uma ampla política de formação audiovisual, integrando no espaço lusófono
universidades e outras instituições de formação técnica e criativa, com o apoio financeiro e
logístico dos governos nacionais para bolsas, residências, intercâmbio, pesquisa e recursos
de produção, valorizando assim a formação profissional audiovisual em língua portuguesa.


7- Facilitar vistos de entrada para artistas, realizadores e programadores culturais em
trânsito nos países de língua portuguesa.


Por fim, reiteramos a importância do nosso compromisso com as artes, com a cultura, a
diversidade e com o fortalecimento da democracia.


Esta Carta de Lisboa será encaminhada aos Ministros de Estado da Cultura e das Relações
Exteriores de todos os países de Língua Portuguesa, bem como entregue na próxima
reunião da CPLP, de forma a acompanhar esta agenda proposta no próximo período.


Muito obrigado!